Retina

Dr. Léo Muller Neto

(CRM: 17766 - RQE: 14059)

Área de atuação: Retina e Vítreo

  • Especialista em Retina e Vítreo Clínico e Cirúrgico pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM)
  • Membro do Conselho Brasileiro de Oftalmologista (CBO)
  • tulo de Especialista em Oftalmologia, habilitada no concurso realizado segundo as normas estabelecidas pela Associação Médica Brasileira e o Conselho Brasileiro de Oftalmologia.

O Que é a Retina

A retina é uma membrana que recobre a parte interna do seguimento posterior do olho, que tem a função de transformar o e stímulo luminoso em um estímulo nervoso e enviá-lo ao cérebro, para que as imagens sejam lidas e transformadas em visão. Esta membrana nervosa do olho é ligada desde o nervo óptico até a pupila. São dez camadas, formadas por cerca de 120 milhões de células da visão, chamadas de foto-receptores.

Isso quer dizer que a retina é a parte do olho responsável pela formação de imagens, ou seja, pelo sentido da visão. Sendo como uma tela que projeta as imagens enxergadas, retém estas imagens, traduzindo para o cérebro através de impulsos elétricos enviados pelo nervo óptico.

Exame de Mapeamento de Retina:

O exame de mapeamento de Retina é feito para avaliá-la e procurar por alguma alteração, sobretudo na sua periferia. Com o mapeamento, é possível diagnosticar ou avaliar a evolução de doenças sistêmicas, entre elas, diabetes e hipertensão arterial.

O exame também é indicado para diagnosticar doenças oculares como descolamento de retina, degenerações retinianas, doenças da mácula, tumores, oclusões vasculares, hemorragias e infecções.

Devido à forte luz utilizada, mesmo em olhos com opacidades de meios, como os com catarata ou doenças da córnea, o exame é possível.

OCT angiography:

O Hospital de Olhos da Serra adquiriu a última geração de angiografia sem contraste para avaliação de doenças da retina e coróide.

O OCT angiography ou Angio-OCT (OCT-A), já está disponível para os pacientes, permitindo de forma não invasiva (sem contraste) e confortável, a obtenção de imagens da circulação da retina e coróide nos seus diferentes plexos vasculares, com um altíssimo nível de resolução.

A análise de doenças como Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI), Retinopatia Diabética, Oclusões Vasculares da Retina, Maculopatia Miópica e as mais diversas doenças que podem afetar a retina, agora ganham uma maior capacidade para diagnóstico, tratamento e seguimento.

O diagnóstico correto é importante, pois determina o prognóstico esperado. A terapia genética específica para várias doenças vem crescendo e é uma grande espectativa para o futuro dos pacientes com distrofias retinianas.

Tomografia de Coerência Óptica:

A tomografia de coerência óptica, é um dos mais recentes exames complementares utilizado no diagnóstico das doenças da retina e vítreo, consistindo na obtenção de cortes transversais da retina e interface vitreoretiniana. Com este exame é possível diagnosticar e acompanhar alterações como:

  • Degenerações de mácula;
  • Buraco de Mácula;
  • Edema Macular;
  • Membrana Epirretiniana;
  • Retinopatia Diabética;
  • Tração Vítreorretiniana;
  • Distrofias retinianas;
  • Entre outras.

É possível fazer análise de progressão do glaucoma e auxiliar no diagnóstico precoce da doença e também na avaliação corneana.

Vantagens deste exame:

  • Utiliza tecnologia Spectral Domain, ou seja, excelente resolução e velocidade de escaneamento, permitindo rastrear em poucos segundos a área de estudo;
  • Possui imagens 3D;
  • Comparação com exames anteriores, sendo possível detectar pequenas alterações inexistentes anteriormente ou pequena melhora;
  • É possível capturar imagens sem dilatação pupilar;
  • Podemos avaliar precisamente retina e nervo óptico;
  • Nos casos de pacientes que não podem se submeter a exames de contraste, possui a vantagem, em relação à angiografia, de não necessitar de injeção endovenosa para avaliação da retina.

Autofluorescência da Retina:

A Autofluorescência é um exame que conta com alta tecnologia para avaliar o metabolismo da retina sem a necessidade de injeção de corante.  Aproveita as propriedades naturais fluorescentes de lipofuscina presentes na retina para fornecer informações estruturais e metabólicas da retina, e revelar alterações anatômicas no epitélio pigmentado da retina.

É indicado para diagnóstico de doenças genéticas e hereditárias da retina, assim como para diagnosticar e acompanhar pacientes portadores de degeneração macular relacionada a idade forma seca que apresentam drusas e atrofia do epitélio pigmentado.

Angiografia Fluorescente da Retina:

A Angiografia Fluoresceínica é um exame que consiste na administração endovenosa (geralmente através da punção de uma veia do braço ou do dorso da mão) de um contraste chamado Fluoresceína. 

Trata-se de uma molécula não tóxica e altamente fluorescente que pode ser usada com segurança na grande maioria das pessoas. 

O exame permite estudar as características do fluxo sanguíneo nos vasos da retina e coroide, registrando detalhes do epitélio pigmentar e da circulação retiniana, avaliando a sua integridade funcional (já que os vasos retinianos normais são impermeáveis à fluoresceína).

A Angiografia Fluoresceínica é usada como um diagnóstico auxiliar importante nas situações de Doenças Vasculares da Retina e da coroide. 

Como por exemplo: Retinopatia Diabética, Retinopatia Hipertensiva, Oclusões Arteriais e Venosas da Retina, Degeneração Macular Relacionada a Idade, Coriorretinopatia Serosa Central, entre outras.

Laser de Retina:

O laser é indicado para pessoas que apresentam doenças que afetam os vasos sanguíneos dos olhos, em especial da retina, como ocorre com os diabéticos e pacientes que apresentaram oclusões vasculares da retina. Pacientes que apresentam degenerações periféricas ou roturas na retina predisponentes ao deslocamento de retina também podem necessitar desse tratamento.

A utilização dos raios laser no tratamento de doenças da retina é um procedimento que revolucionou a Oftalmologia há algumas décadas. Antes, não havia tratamento efetivo para várias doenças que, atualmente, são tratadas com sucesso pelo laser.

O laser é captado pela retina, onde faz uma pequena cauterização (queimadura) que proporciona adesão maior e mais sólida entre a retina e a coroide subjacente. Após a aplicação do laser, as marcas na retina, inicialmente brancacentas, pigmentam-se e adquirem a coloração escura.

A fotocoagulação a laser é realizada, normalmente, em regime ambulatorial (dispensa internação), e a maioria dos tratamentos é feita apenas com o uso de colírio anestésico.

Degeneração Macular Relacionada a Idade (DMRI) Seca:

A degeneração macular relacionada à idade (DMRI) é uma doença que ocorre em uma parte da retina chamada mácula e que leva a perda progressiva da visão central. A DMRI é a causa mais comum de perda da visão em pessoas acima de 50 anos.
A mácula é uma pequena região no centro da retina, que permite que uma pessoa possa ver detalhes. As células sensíveis à luz da mácula, conhecidas como fotorreceptores, convertem a luz do campo visual em impulsos elétricos e, em seguida, transferem os impulsos para o cérebro através do nervo óptico. A perda da visão central na DMRI ocorre quando as células fotorreceptoras na mácula são degeneradas.

A DMRI seca é a forma mais comum de degeneração macular relacionada à idade e corresponde à cerca de 90% de todos os casos. Ela é causada pelo envelhecimento e desgaste dos tecidos da mácula e normalmente afeta menos a visão do que a DMRI úmida.
Uma característica da DMRI seca é o acúmulo de proteínas e gorduras, conhecido como drusas, nas células sob a retina. A origem das drusas é desconhecida, mas pode ser a partir de resíduos de células e tecidos da retina. As drusas podem interferir na saúde da mácula, causando degeneração progressiva das células fotorreceptoras e, eventualmente, a mácula pode ficar mais fina e parar de funcionar adequadamente.
A perda da visão geralmente ocorre aos poucos ao longo dos anos. As pessoas com DMRI seca não costumam perder totalmente a visão central, mas as tarefas que exigem visão perfeitamente focalizada podem tornar-se mais difíceis. A perda de visão central na DMRI pode interferir com atividades cotidianas simples, como a capacidade de ver rostos, conduzir, ler, escrever ou realizar atividades como cozinhar ou consertar coisas ao redor da casa. Por isso, o impacto da DMRI na qualidade de vida dos pacientes pode ser alto, caso a doença não seja diagnostica e devidamente tratada.

As pessoas que desenvolvem degeneração macular seca devem monitorar sua visão central com regularidade. Se houver qualquer alteração da visão, o oftalmologista deve ser consultado imediatamente, pois a DMRI seca pode mudar para a forma mais agressiva de degeneração macular, chamada degeneração macular úmida.

DMRI: Causas

Não há causas diretas para o aparecimento da Degeneração Macular Relacionada a Idade (DMRI), mas há fatores relacionados ao aumento das chances de desenvolvê-la, como o avançar da idade. Dentre outros fatores estão a predisposição genética, o que ressalta a importância de se conhecer o histórico familiar e pessoas com pele e olhos claros também têm chances maiores de desenvolver a doença.

Há, ainda, fatores externos que potencializam o aparecimento da DMRI. O cigarro, por exemplo, é um oxidante potente, aumentando as chances de uma pessoa desenvolver a degeneração macular relacionada à idade.

Outras doenças como hipertensão arterial, diabetes, obesidade e colesterol também são fatores de risco para a degeneração macular relacionada à idade.

Para o fumante, a probabilidade de se desenvolver a DMRI é 6,6 vezes maior que a de um não fumante. Isso porque a doença aparece devido à oxidação do tecidos da retina. Por isso, fumar aumenta os riscos de desenvolver a doença.

Degeneração Macular Relacionada a Idade (DMRI) Úmida ou Exsudativa:

Esta forma mais agressiva de DMRI ocorre quando acontece o crescimento de vasos anormais abaixo da retina, chamado de neovascularização, que pode levar a hemorragias e acúmulo de líquido e proteína na região macular. Se não tratada precocemente, pode levar a lesões dos fotorreceptores e a formação de uma cicatriz na retina, com perda irreversível da visão.​

Os sintomas da DMRI úmida são de: Perda de visão para leitura, Dificuldade em reconhecer o rosto das pessoas; Mancha escura na visão; Distorção visual - chamada de metamorfopsia.​

A DMRI úmida tem tratamento, com medicações chamadas de anti-VEGFS (Anflibercept, Bevacizumab e Ranibizumabe), que são medicações que inibem o crescimento de vasos abaixo da retina. No tratamento medicação de escolha é depositada dentro da cavidade ocular, buscando a estabilização da doença e em alguns casos a melhora visual. ​

A indicação de cada tratamento depende da avaliação médica com o Oftalmologista especialista em Retina. Todo paciente com Degeneração de Mácula deve monitorar sua visão periodicamente.

Moscas Volantes:

A percepção de pequenas manchas ou nuvens movimentando-se dentro do campo de visão constituem as chamadas “Moscas Volantes”. 

Geralmente são vistas quando se olha para um fundo claro, como uma parede branca ou um céu azul. Na realidade, as moscas volantes são minúsculos grumos ou células dentro do corpo vítreo, o fluido gelatinoso, que preenche o interior do olho. 

Estes objetos dão a impressão de estar diante do olho, mas de fato estão flutuando lá dentro. O que se vê são as sombras projetadas sobre a retina, a camada do fundo de olho que percebe a luz e envia o estímulo luminoso até o cérebro. As moscas volantes podem assumir formas diversas, como pequenos pontos, círculos, linhas, nuvens ou teias de aranha.

Pacientes que mais comumente queixam-se de moscas volantes são: Míopes; submetidos à cirurgia de catarata; Submetidos a cirurgia a laser YAG ; Sofreram algum grau de inflamação intra-ocular (Uveíte) ; Sofreram grau leve de sangramento intra-ocular (Hemorragia vítrea) e os que apresentaram alguma ruptura retiniana.

Se alguém notar o aparecimento de moscas volantes, deve consultar um oftalmologista imediatamente, mesmo que seja uma única mosca volante.

Apesar da maioria das vezes seja uma condição inócua a saúde ocular, as Moscas Volantes podem ser causadas por alguma condição ocular grave principalmente se vierem associadas a outros sinais como: Observação de clarões súbitos, visão de uma chuva de pontos escuros ou perda de campo de visão. 

Toxoplasmose Ocular:

A toxoplasmose é o nome dado a uma doença infecciosa que é provocada pelo protozoário Toxoplasma gondii, que pode ser transmitida através da ingestão de cistos do parasita (verduras e carne mal cozida) ou durante a gestação (intra-útero). A toxoplasmose também é conhecida como a “doença do gato” por ser, habitualmente, transmitida pelas fezes deste animal. A toxoplasmose pode afetar vários órgãos, inclusive os olhos (toxoplasmose ocular).

A toxoplasmose ocular geralmente é adquirida durante a gestação (transmissão intra-útero).
A toxoplasmose ocular pode causar lesões na parte anterior do olho (uveite anterior), forma leve e que usualmente não deixa sequelas, desde que tratada adequadamente. A forma mais grave da toxoplasmose ocular é aquela que acomete a retina e a coróide (Retinocoroidite). A retina é a estrutura do olho que capta as imagens e leva ao cérebro através do nervo óptico. Quando há infecção pelo Toxoplasma, ocorre uma inflamação na retina, que deixa uma cicatriz, onde não haverá mais funcionalidade para a visão nesta área afetada. Fica claro, então, que, quanto mais extensa a cicatriz, maior será o prejuízo à visão.

O sintoma mais importante da toxoplasmose é a diminuição da visão. Ela pode ser variada, dependendo do tamanho e da localização da lesão. Além disso, pode ocorrer vermelhidão ocular, visão de pontos pretos flutuando na frente dos olhos, dor ocular e fotofobia.

Com o tratamento adequado, a toxoplasmose pode ter cura, mas, infelizmente, ainda não é possível recuperar a visão que foi perdida devida à cicatriz da toxoplasmose. É importante frisar, contudo, que mesmo após tratamento adequado, alguns pacientes podem apresentar recidivas da doença, usualmente associadas a imunodepressão. O parasita fica alojado na retina na forma de cistos, que são resistentes aos medicamentos. Quando esses cistos rompem, o parasita pode causar novas lesões na retina.

Daltonismo:

O daltonismo é um distúrbio da visão que interfere na percepção das cores. Também chamado de discromatopsia, que tem como principal característica a dificuldade para distinguir o vermelho e o verde e, com menor frequência, o azul e o amarelo.
Em maior ou menor grau, essa é a única alteração visual que os daltônicos apresentam. Um grupo muito pequeno, porém, tem visão acromática, ou seja só enxerga tons de branco, cinza e preto.
Na quase totalidade dos casos, o daltonismo é uma condição geneticamente hereditária e recessiva, ligada ao cromossomo sexual X. Por isso raramente, o transtorno afeta as mulheres, porque elas possuem dois cromossomos X. Quando elas recebem de um dos pais o cromossomo com a mutação genética, o outro, que é normal, compensa a alteração. No entanto, só serão daltônicas, se receberem do pai e mãe o cromossomo X com o gene anômalo.

Descolamento de Retina:

A indicação do tratamento depende diretamente do tipo, gravidade e extensão do descolamento.

Fotocoagulação com laser e criopexia (congelamento) são recursos terapêuticos para os casos em que não houve infiltração do vítreo pelo espaço que se abriu com a ruptura da retina. O objetivo é formar cicatrizes que interrompam a passagem do vítreo e favoreçam a fixação da retina.
Nos outros quadros, o tratamento é cirúrgico. O objetivo é vedar o orifício por onde o líquido infiltra abaixo da retina, causando o descolamento. Isso pode ser feito por meio das seguintes técnicas operatórias:

  • Retinopatia pneumática – injeção de gás na cavidade ocupada pelo vítreo, como forma de pressionar a área descolada da retina e impedir a passagem desse gel pela rasgadura que se formou. Tanto o gás injetado, quanto o fluido sob a retina serão aos poucos reabsorvidos pelo organismo;
  • Introflexão Escleral – implantação de uma faixa de silicone ao redor do globo ocular para pressionar a esclera (o branco dos olhos) a fim de apoiar a retina e facilitar sua aderência;
  • Vitrectomia – técnica utilizada não só nos descolamentos de retina, mas no tratamento de outras patologias oculares; através de microincisões, são introduzidos instrumentos de tamanho mínimo (23, 25 e 27 Gauge) para corrigir os defeitos que promoveram o deslocamento da retina.

Na maioria dos casos, apenas uma intervenção cirúrgica basta para reverter o descolamento da retina, porém há situações que requerem novos procedimentos ou a associação de mais de uma técnica terapêutica.

Dependendo da gravidade, tempo de evolução e da localização do deslocamento da retina, a visão pode não ser recuperada totalmente.

Toxicidade Retiniana por Medicamentos:

Determinadas drogas podem causar danos direta ou indiretamente às células retinianas, por toxicidade inerente da droga ou de seus derivados, ou em decorrência de uma susceptibilidade particular do órgão em relação a essas drogas.
A grande maioria das toxicidades sofridas pela retina são causadas por ação direta ou intrínseca da droga. As toxinas de ação direta atingem em geral, grande número de células, determinam lesões proporcionais à dose de exposição e ao tempo.

Alguns sintomas sugerem quadro de doença tóxica da retina como visão borrada ou nebulosa, transtornos do senso cromático, alucinações visuais, desvios na adaptação à luz ou ao escuro, perda visual progressiva, fotopsias, metamorfopsias, escotomas positivos e alterações do campo visual. Dentre os sinais oftalmoscópicos, podemos observar hemorragias, despigmentação ou dispersão pigmentar, perda do reflexo foveolar, calibre vascular alterado, mancha vermelho-cereja, depósitos na retina, descolamento seroso da mácula, edema retiniano e exsudatos.

Nas retinopatias tóxicas mais importantes, em geral os sinais mais precoces são encontrados apenas em investigações mais completas, com medida dinâmica da acuidade visual, perimetria, teste de senso cromático e eletrofisiologia.

Pacientes que fazem uso de medicações que possam causar toxicidade ocular devem passar por consultas periódicas para avaliação oftalmológica, evitando danos a sua visão.

Edema Macular Diabético:

O edema macular diabético (EMD), também conhecido como maculopatia diabética, é caracterizado pelo acúmulo de líquido na mácula, que é a área da retina responsável pela visão central nítida, usada para ler, reconhecer rostos, cores e dirigir.

O edema macular diabético é na verdade uma consequência da retinopatia diabética. O EMD pode ocorrer em qualquer estágio da retinopatia diabética, embora o risco aumente de acordo com a gravidade da retinopatia diabética. Cerca de metade das pessoas com retinopatia diabética desenvolve também EMD.

A principal causa do desenvolvimento do edema macular diabético são alterações estruturais nos vasos da retina causadas pela hiperglicemia (altos níveis de açúcar no sangue). Quando o diabetes não está controlado, a hiperglicemia desencadeia várias alterações no nosso corpo, como aumento do fator de crescimento endotelial vascular (VEGF), danos na estrutura do DNA e de outros componentes celulares (danos oxidativos) e da inflamação crônica. Essas alterações lesam os vasos sanguíneos e aumentam a permeabilidade vascular da retina. À medida que se tornam mais permeáveis, líquidos, proteínas e outras moléculas vazam de dentro dos vasos sanguíneos e se acumulam próximos da retina e da mácula formando o edema macular diabético.

No início o edema geralmente não apresenta sinais e sintomas, mas com o passar do tempo, a visão se torna borrada e distorcida e, se não diagnosticado e tratado corretamente o EMD pode evoluir para cegueira irreversível. Portanto, manter o controle da glicemia e as consultas frequentes ao endocrinologista e ao oftalmologista são as melhores formas de evitar a perda da visão. Por isso, pessoas com diabetes precisam ter cuidado redobrado com a saúde ocular, e procurar um especialista periodicamente ou caso apresentem qualquer alteração da visão.

Durante muitos anos, a cirurgia a laser era o único tratamento para o edema macular diabético. No entanto, mais recentemente, tratamentos com medicamentos como os anti-VEGFs e implantes corticosteroides têm demonstrado barrar a progressão do edema macular diabético e, em alguns casos, até recuperar parte da visão perdida em muitos pacientes com EMD.

O que é anti-VEGF:

O uso de medicamentos anti-VEGF revolucionou a oftalmologia nos últimos 10 anos. Estes medicamentos bloqueiam o VEGF (fator de crescimento endotelial vascular), molécula envolvida em diversas doenças da retina, como:

Degeneração Macular Relacionada a Idade (DMRI) Exsudativa;
- Edema Macular (inchaço na área central da retina), secundário ao Diabetes, Oclusões Venosas da Retina.
Membrana Neovascular Subretiniana (vasos sanguíneos anormais que crescem sob a retina) em pacientes com Miopia, Estrias Angióides e outras doenças;
- Neovascularização Intra-ocular (vasos sanguíneos anormais que crescem sobre a retina, disco óptico, íris e ângulo da câmara anterior).

O tratamento de doenças da retina com anti-VEGFs tem mostrado resultados benéficos, com potencial para diminuir a perda visual e, algumas vezes, até mesmo melhorar a visão dos pacientes, dependendo do tipo de doença, gravidade e duração dos sintomas.

O procedimento deve ser feito em hospital, centro cirúrgico ambulatorial ou clínica oftalmológica especializada e por médico oftalmologista especialista em retina.
Após anestesia local e medidas de assepsia e anti-sepsia, o medicamento é injetado dentro do olho, na cavidade vítrea (substância gelatinosa do segmento posterior do olho). Anti-VEGFs são administrados em intervalos regulares, durante um período de tempo necessário para atingir o objetivo do tratamento. Pode haver necessidade de novos tratamentos, conforme a evolução e refratariedade da doença.

Tela de Amsler:

Uma das formas de identificar alterações na retina, como a degeneração macular relacionada à idade (DMRI), o edema macular diabético (EMD) e miopia patológica (MP), é utilizar o teste da Tela de Amsler. Você conhece? 

Para usar a tela de Amsler, siga as seguintes etapas:​

1. Use seus óculos de leitura ou lentes de contato como o habitual.​
2. Certifique-se de que você está em uma área com boa iluminação. Mantenha a grade na mesma distância que seu material de leitura (cerca de 35 cm de distância de seu rosto).​
3. Cubra um olho.​
4. Olhe diretamente no ponto central com o olho descoberto e mantenha seu olho focalizado nele.​
5. Ao olhar diretamente no ponto central, observe se todas as linhas da grade estão retas ou se alguma área está distorcida, embaçada ou escura ou em branco.​
6. Repita este procedimento com o outro olho.​

Caso você detecte qualquer alteração ao olhar para a grade, marque as áreas do gráfico que você não está vendo corretamente e leve-as para uma consulta com o seu oftalmologista imediatamente.​

Se você já foi diagnosticado com DMRI seca, você pode usar a tela de Amsler todos os dias para monitorar sua visão, pois a degeneração macular seca pode progredir DMRI úmida e levar à perda grave da visão central. Faça o teste da tela de Amsler diariamente, ou tantas vezes quanto recomendado por seu oftalmologista.

Importante! A tela de Amsler não é um substituto dos exames oftalmológicos regulares, que devem ocorrer pelo menos uma vez por ano após 50 anos de idade. Você pode precisar de consultas mais frequentes dependendo dos fatores de risco para DMRI.

Hemorragia Vítrea:

A hemorragia vítrea e um sangramento na cavidade posterior posterior do olho (cavidade vítrea).

As causas mais comuns de hemorragia vítrea são: trauma ocular, retinopatia diabética, descolamento do vítreo, rotura e/ou descolamento de retina e doenças vasculares da retina que causam crescimento de vasos sanguíneos anormais (neovascularização) dentro do olho.

O diagnóstico é feito através do mapeamento de retina. Na maior parte dos casos, utiliza-se o ultrassom ocular para ajudar na avaliação do quadro clínico.

Os principais sintomas de hemorragia vítrea são:

  • Perda visual indolor, súbita ou progressiva;
  • Manchas ou sombras, geralmente móveis, no campo de visão.

O tratamento da hemorragia vítrea depende da causa, severidade e duração do quadro clínico, podendo variar entre observação e cirurgia (vitrectomia).

Membrana Epirretiniana:

A membrana epirretiniana é uma fina camada de tecido cicatricial que cresce sobre a superfície da área central da retina, sendo causada por alterações da interface vítreo-retinina, que ocorrem com o envelhecimento.

À medida que a membrana epirretiniana se desenvolve, ocorre enrrugamento da superfície da retina e alteração da visão. O principal fator de risco para membrana epirretiniana é a idade, sendo geralmente detectada após de 50 anos.

O diagnóstico de membrana epirretiniana é feito com o exame detalhado da área central da retina, a mácula, utilizando o mapeamento de retina, biomicroscopia de fundo e tomografia de coerência óptica (OCT).

Os principais sintomas de membrana epirretiniana são:

  • Perda visual progressiva;
  • Distorção das imagens (linhas retas parecem curvas ou onduladas).

O tratamento da membrana epirretiniana é cirúrgico, com a cirurgia de vitrectomia, depende do estágio da doença e tempo de duração dos sintomas.

Retinose Pigmentar:

O termo Retinose Pigmentar, ou Retinite Pigmentosa, refere-se a um conjunto de doenças hereditárias que causam degeneração na retina, região do fundo do olho. É na retina que as imagens são capturadas a partir do campo visual. A retinose pigmentar afeta primeiramente os fotorreceptores (células sensíveis à luz) responsáveis pela visão periférica e noturna. Devido à doença, estas células - bastonetes e cones - começam a se degenerar, sofrem atrofia e morrem.

Os sintomas dependem como os bastonetes e cones são inicialmente afetados. Na maioria das formas de RP, os bastonetes são afetados primeiro. Devido aos bastonetes estarem mais concentrados nas porções perifericas da retina e são estimulados pela luz fraca, a sua degeneração afeta a visão periférica e noturna. Quando os cones, mais centralmente localizados, são afetados perde-se a percepção de cores e visão central.

A cegueira noturna é um dos sintomas iniciais e mais freqüentes da RP. Pessoas com degeneração nos cones apresentam primeiramente a diminuição da visão central e capacidade de discriminar as cores.

Edema Macular Diabético:

O edema macular diabético (EMD), também conhecido como maculopatia diabética, é caracterizado pelo acúmulo de líquido na mácula, que é a área da retina responsável pela visão central nítida, usada para ler, reconhecer rostos, cores e dirigir.

O edema macular diabético é na verdade uma consequência da retinopatia diabética. O EMD pode ocorrer em qualquer estágio da retinopatia diabética, embora o risco aumente de acordo com a gravidade da retinopatia diabética. Cerca de metade das pessoas com retinopatia diabética desenvolve também EMD.

A principal causa do desenvolvimento do edema macular diabético são alterações estruturais nos vasos da retina causadas pela hiperglicemia (altos níveis de açúcar no sangue). Quando o diabetes não está controlado, a hiperglicemia desencadeia várias alterações no nosso corpo, como aumento do fator de crescimento endotelial vascular (VEGF), danos na estrutura do DNA e de outros componentes celulares (danos oxidativos) e da inflamação crônica. Essas alterações lesam os vasos sanguíneos e aumentam a permeabilidade vascular da retina. À medida que se tornam mais permeáveis, líquidos, proteínas e outras moléculas vazam de dentro dos vasos sanguíneos e se acumulam próximos da retina e da mácula formando o edema macular diabético.

No início o edema geralmente não apresenta sinais e sintomas, mas com o passar do tempo, a visão se torna borrada e distorcida e, se não diagnosticado e tratado corretamente o EMD pode evoluir para cegueira irreversível. Portanto, manter o controle da glicemia e as consultas frequentes ao endocrinologista e ao oftalmologista são as melhores formas de evitar a perda da visão. Por isso, pessoas com diabetes precisam ter cuidado redobrado com a saúde ocular, e procurar um especialista periodicamente ou caso apresentem qualquer alteração da visão.

Durante muitos anos, a cirurgia a laser era o único tratamento para o edema macular diabético. No entanto, mais recentemente, tratamentos com medicamentos como os anti-VEGF e implantes de corticosteroides têm demonstrado barrar a progressão do edema macular diabético e, em alguns casos, até recuperar parte da visão perdida em muitos pacientes com EMD.

Diabetes:

O diabetes é uma doença que exige controle e gerenciamento 24 horas, 7 dias por semana. Mas para muitas pessoas nem sempre é fácil mudar o estilo de vida, adotar uma alimentação balanceada, praticar atividades físicas regularmente e tomar os medicamentos exatamente conforme prescrito pelo médico.
Por isso, seguem algumas dicas para ajudar a controlar o diabetes e a proteger sua visão!

1 - Consulte seu oftalmologista anualmente:

Se você controla bem a taxa de glicemia, é bem provável que não apresente problemas oculares ou apresente problemas oculares de menor gravidade. Mas lembre-se que quem tem diabetes está mais sujeito à cegueira. A boa notícia é que, fazendo exames regularmente e cuidando da saúde, fica mais fácil manter as complicações sob controle.
Nem sempre as doenças oculares associadas ao diabetes apresentam sintomas. No entanto, a retina pode ser seriamente danificada antes que você perceba qualquer alteração na visão. Por isso, você deve consultar um oftalmologista anualmente ou a cada dois anos, mesmo que esteja se sentindo bem. Não esqueça de informar ao médico que você tem diabetes.

2 - Controle o açúcar do sangue:

Para controlar o diabetes é imprescindível manter os níveis de glicose (ou de glicemia) dentro da meta estabelecida para você. Manter hábitos saudáveis e um estilo de vida ativo, além de seguir as orientações sobre a medicação são medidas que podem garantir as taxas de glicose no sangue controladas.
Uma das principais ações para alcançar bons resultados e evitar o agravamento do diabetes é fazer o automonitoramento das taxas de glicose no sangue.

3 - Pratique atividade física:

A atividade física pode incluir atividades esportivas, de lazer ou recreativas, e até mesmo tarefas domésticas. Você deve realizar pelo menos 30 minutos de atividade ao longo do dia, e pode iniciar fazendo mudanças simples no seu dia-a-dia, como subir escadas em vez de utilizar o elevador ou caminhar até algum lugar em vez de pegar um ônibus ou dirigir. Para melhorar a saúde, recomenda-se que você realize uma atividade física moderada, preferencialmente todos os dias da semana.
O que é atividade física moderada? A atividade física moderada pode incluir aulas de dança, hidroginástica e caminhadas.
Importante! Consulte sempre seu médico para escolher e seguir um programa de exercícios individualizado que inclua precauções e restrições físicas e oculares, controle da glicemia e gestão da hipoglicemia.

4 - Alimente-se de forma saudável:

Não existem alimentos proibidos no diabetes! Uma refeição saudável significa, geralmente, a mesma coisa para uma pessoa com diabetes e uma pessoa sem diabetes. Com pouca gordura, moderada em sal e açúcar; privilegiando cereais integrais, vegetais e frutas. Alimentos ricos em amido (como pães, cereais, massas, arroz e batatas), doces e chocolates podem fazer parte do planejamento de uma alimentação saudável, desde que nas quantidades e nos horários corretos. A alimentação saudável deverá ser indicada pelo seu médico ou nutricionista.

Diabetes na Gestação:

A gravidez, para a mulher com diabetes, algumas vezes, é um momento de altos e baixos. Isso porque pode ser emocionante ao ouvir a batida do coração do bebê, ou quando sentir o primeiro pontapé na barriga. Mas também pode ser assustador, exatamente por conta da doença.

E para que tudo ocorra da melhor maneira possível, o ideal é ter um cuidado maior com o pré-natal. Veja as recomendações da Associação Americana de Diabetes:

  • Procure um médico oftalmologista que já tenha cuidado de grávidas com diabetes;
  • Busque, também, um obstetra que lide com gestações de alto risco e tenha atendido outras mulheres grávidas com a doença;
  • Um pediatra ou neonatologista (médico para recém-nascidos) que conheçam e possam tratar problemas especiais que venham a acontecer em bebês de mulheres com diabetes;
  • Escolha um nutricionista que tenha conhecimento para alterar o cardápio de acordo com as mudanças de necessidade durante e após a gravidez.

E é importante lembrar que você é o líder da sua equipe médica. Qualquer dúvida que tiver, entre em contato com eles.

Retinopatia da Prematuridade:

Você sabe o que é a Retinopatia de Prematuridade (ROP)?

A doença que atinge recém-nascidos prematuros, está relacionada à vascularização inadequada da retina dos bebês. Caso não diagnosticada e tratada, pode levar à perda visual grave, inclusive a cegueira.

A formação de natural completa dos vasos sanguíneos da retina ocorre na 40ª semana de gestação. O ROP está relacionado com a interrupção desse processo, principalmente antes da 32ª semana.

Os bebês prematuros têm um crescimento desorganizado desses vasos, que podem sangrar e até causar o descolamento da retina.

Além da prematuridade, o outro principal fator de risco é o uso de oxigênio nas UTIs neonatais. O oxigênio que o bebê prematuro precisa receber para conseguir respirar causa ainda mais desorganização da formação desses vasos sanguíneos. Quanto mais problemas de saúde tiver o prematuro, maior a chance de desenvolver a retinopatia de prematuridade. 

Todo cuidado com recém nascidos é pouco, ainda mais se tratando de pré-maturos. Diagnóstico precoce e tratamento adequado dão as melhores chances de uma ótima recuperação.

Alimentação e Visão:

Você sabe o que é a Retinopatia de Prematuridade (ROP)?

A doença que atinge recém-nascidos prematuros, está relacionada à vascularização inadequada da retina dos bebês. Caso não diagnosticada e tratada, pode levar à perda visual grave, inclusive a cegueira.

A formação de natural completa dos vasos sanguíneos da retina ocorre na 40ª semana de gestação. O ROP está relacionado com a interrupção desse processo, principalmente antes da 32ª semana.

Os bebês prematuros têm um crescimento desorganizado desses vasos, que podem sangrar e até causar o descolamento da retina.

Além da prematuridade, o outro principal fator de risco é o uso de oxigênio nas UTIs neonatais. O oxigênio que o bebê prematuro precisa receber para conseguir respirar causa ainda mais desorganização da formação desses vasos sanguíneos. Quanto mais problemas de saúde tiver o prematuro, maior a chance de desenvolver a retinopatia de prematuridade. 

Todo cuidado com recém nascidos é pouco, ainda mais se tratando de pré-maturos. Diagnóstico precoce e tratamento adequado dão as melhores chances de uma ótima recuperação.Os alimentos ricos em vitaminas, minerais, antioxidantes e ácidos graxos são muito importantes para a saúde ocular. E aquela história de que comer cenoura faz bem para os olhos tem seu fundamento, mas há muitos outros alimentos que precisam fazer parte da sua rotina.

Alimentos amarelos-alaranjados como milho, ovos, laranja, e cenoura, além daqueles com coloração verdes-escuros, como espinafre, couve, acelga e brócolis, são ricos em luteína e zeaxantina.
Essas duas vitaminas têm capacidade únicas, a de atuarem como filtros para as radiações dos raios solares. Absorverem ainda a luz azul emitida principalmente por aparelhos eletrônicos, como smartphones, tablets e computadores, que pode ser muito nociva à saúde dos olhos. Esses nutrientes também têm função antioxidante, protegendo as células, neutralizando os radicais livres.

Entre as vitaminas destacam-se ainda a vitamina A e o betacaroteno, uma substância carotenoide. Também com função antioxidante, auxiliam no combate ao estresse oxidativo, que é causado pelo excesso de radicais livres, podendo ocasionar o envelhecimento precoce das células.

A luteína e zeaxantina são ainda mais especiais se considerarmos que o corpo humano não as produzem. 
Ainda as vitaminas A, C e E são importante antioxidantes, já o papel da vitamina B2 é na produção de energia para as células, importante para a integridade da córnea. A hidratação do globo ocular é equilibrada pela vitamina A.

O cobre e o zinco, são os principais componentes do grupo dos minerais para a saúde ocular. O primeiro atua na formação de colágeno – base do tecido conjuntivo -, e o segundo tem poder antioxidante.
O cobre age ainda na formação da hemoglobina, que atua em todo o corpo, e é responsável que levar mais sangue aos tecidos dos olhos. Cacau em pó, aveia e brócolis são alguns alimentos fonte desse mineral.
Carnes vermelhas, feijão, lentilha, amêndoa, amendoim, castanha do Pará e de caju, gérmen de trigo e carne de porco são alguns dos alimentos que contêm zinco, que ajuda ainda a aumentar a imunidade ocular e a proteger os olhos dos efeitos nocivos dos raios solares.

Por fim, e não menos importantes, os ácidos graxos. Atuam principalmente na retina, protegendo a formação e transmissão do estímulo visual e agem também como um anti-inflamatório natural, mantendo o filme lacrimal hidratado e prevenindo os olhos secos.
Os ácidos graxos ômega 3 e suas frações DHA e EPA são gorduras naturais e benéficas ao organismo, presentes principalmente em peixes de água fria, como atum, salmão e truta.

Esses são apenas alguns exemplos da atuação desses nutrientes para a saúde ocular, tente imaginar como é isso para todo o corpo? Cuidar da alimentação tem reflexo direto na saúde do organismo, que por atuar de forma integrada, a deficiência de um nutriente pode impactar todo o conjunto.
Com certeza a ida à feira ou ao mercado nunca mais será a mesma, ao conhecer e entender a importância dos alimentos para a saúde!

Você já foi ao oftalmologista esse ano?
Alimentação adequada é importante, mas prevenção também! Qualquer alteração na saúde dos olhos um médico especialista deve ser consultado, por menor e mais simples que o problema possa parecer. Automedicação ou receitas caseiras podem agravar o problema ou ainda mascarar outros possíveis sintomas.
O ideal é visitar regularmente um oftalmologista, que poderá fazer os exames clínicos corretos para checar a saúde dos olhos e detectar ainda em estágio inicial sintomas de doenças oculares.
Muitas condições e doenças da visão evoluem de forma silenciosa e demoram a apresentar sintomas, podendo ocasionar danos permanentes à visão.

Retinopatia Diabética:

A retinopatia diabética (RD) é uma doença que afeta os pequenos vasos da retina, região do olho responsável pela formação das imagens enviadas ao cérebro. O aparecimento da retinopatia diabética está relacionado principalmente ao tempo de duração do diabetes e ao descontrole da glicemia. Quando o diabetes não está controlado, a hiperglicemia desencadeia várias alterações no organismo que, entre outros danos, levam à disfunção dos vasos da retina.

O diabetes está associado a diversas complicações como a disfunção e falência dos rins, do sistema nervoso, do coração e dos vasos sanguíneos. O olho é um dos principais órgãos lesados pelo diabetes, e entre as complicações oculares, a Retinopatia Diabética é a complicação microvascular mais comum do diabetes, sendo a principal causa de cegueira em adultos de 20 a 74 anos de idade.

Vale destacar que a RD está se tornando cada dia mais comum em diabéticos de todas as faixas etárias.

A retinopatia diabética geralmente afeta ambos os olhos e se não diagnosticada e tratada precocemente pode levar a cegueira irreversível. No entanto, o aparecimento ou progressão da doença pode ser prevenido pelo controle adequado dos níveis de glicose no sangue. Além disso, exames oftalmológicos regulares são essenciais para detectar complicações oculares decorrentes do diabetes e permitir o início dos tratamentos o mais cedo possível, quando as chances de controlar a doença são maiores.

Zika vírus:

O Zika vírus, cujo mosquito transmissor é o Aedes aegypti (o mesmo da dengue), foi identificado no Brasil pela primeira vez em 2015 e é muito comum em algumas áreas da África e Ásia. Os sintomas relacionados ao Zika são semelhantes aos da dengue, embora sejam geralmente mais tênues. Os pacientes apresentam dor de cabeça, manchas na pele, febre e dor nas articulações.
O governo brasileiro confirmou a relação entre o vírus Zika e a microcefalia, uma má-formação do cérebro dos bebês. A microcefalia é muito grave, uma vez que há restrição do crescimento do cérebro do bebê, sendo imperativa a reabilitação através de fisioterapia e fonoaudiologia na infância e adolescência.

Tanto o virus da dengue, como o vírus Zika podem causar alterações oftalmológicas. O mais comum é o acometimento da membrana externa do olho (conjuntiva), gerando sinais e sintomas semelhantes às conjuntivites virais com vermelhidão e sensação de areia.
O fundo de olho pode também ser acometido pelo vírus Zika, causando neurite óptica (inflamação do nervo óptico), alteração da mácula (doença da retina central) e esclerite (inflamação da esclera). Por isso a importância de um bom seguimento oftalmológico nos casos suspeitos, já que estas complicações podem causar diminuição permanente da visão.
Doenças como a rubéola, citomegalovírus e toxoplasmose estão relacionadas a microcefalia e a má formações oculares há muito tempo. Ainda é incerto qual o possível dano ocular pelo Zika na formação do bebê, mas algumas avaliações iniciais já mostram maior frequência de catarata e glaucoma congênitos, má formação da retina e de nervo óptico em crianças com microcefalia afetados pelo virus. Portanto, os bebês acometidos pela infecção congênita do Zika, devem ser avaliados o mais cedo possível.

Assim, o uso de repelentes, roupas com manga comprida, calça comprida e meias são importantes na tentativa de se evitar a exposição ao mosquito transmissor. Uso de telas nas portas e janelas e o cuidado com a água parada também auxiliam no controle do mosquito. Portanto, especialmente para as gestantes, a prevenção ainda é a melhor maneira de se combater o vírus Zika e, conseqüentemente, a microcefalia e as alterações oculares.

Retinopatia Solar:

A Retinopatia Fótica ou Reinopatia Solar é uma lesão que ocorre na retina causada pela exposição direta dos olhos ao sol, por tempo excessivo, sem proteção, como óculos de sol.

Tradicionalmente, os casos relatados são ligados a contemplações de eclipses solares, rituais religiosos ou pacientes com distúrbios psíquicos. O achado retiniano típico se constitui em uma lesão branco amarelada localizada na região foveal e alterações vistas pelo exame de OCT, onde principalmente as camadas de fotorreceptores e do epitelio pigmentar da retina são afetados.

Esta fototoxicidade, principalmente a partir dos raios UV-A de alta energia e os comprimentos de onda mais curtos da luz visível, leva à geração de um dano oxidativo nas células epiteliais e aos fotorreceptores circundantes.

Pacientes com retinopatia solar geralmente apresentam sintomas de visão borrada, escotoma (mancha) central ou paracentral.

Os pacientes com retinopatia solar apresentam um agravamento agudo da visão que pode durar de várias semanas até meses ou persistir definitivamente. Embora a visão possa retornar à linha de base, os escotomas podem persistir, refletindo danos permanentes aos fotorreceptores.

Evitar a exposição ao sol é fundamental para diminuir a incidência desta doença.

Corioretinopatia Serosa Central (CCS):

A Corioretinopatia Serosa Central (CCS) é uma doença ocular relativamente frequente, que afeta principalmente os homens na faixa etária dos 20 aos 45 anos. É unilateral e geralmente afeta indivíduos com o “perfil A” de personalidade que são submetidos a altos níveis de estresse e tensão emocional. A CCS pode também ser desencadeada pela exposição a medicamentos como corticosteroides e pela gravidez.

A causa relaciona-se a um aumento da permeabilidade do epitélio pigmentado da retina que permite a passagem de fluido oriundo da coroide (camada repleta de vasos sanguíneos abaixo da retina) causando um descolamento localizado da retina neuro-sensorial. Hoje estuda-se a relação da doença com altareações anatômicas, como o aumento da espessura da coróide (paquicoróide).
Os sintomas geralmente são visão central borrada, mancha escura central (escotoma) ou distorção das formas (metamorfopsia).
O diagnóstico é feito por meio do mapeamento de retina com dilatação pupilar. Outros exames importantes no diagnóstico e acompanhamento são a Angiofluoresceínografia e a Tomografia de Coerência Óptica (OCT).
Os pacientes geralmente melhoram sem tratamento em até 6 meses, porém, em casos específicos pode ser realizado o tratamento com fotocoagulação a laser convencional, terapia fotodinâmica ou laser MicroPulse (um laser de baixa intensidade com pulsos curtos e rápidos) eficaz e mais seguro em casos selecionados.
É importante a mudança no estilo de vida destes pacientes, pois as taxas de recidiva variam entre 20 a 30% com o olho contralateral acometido em 10% dos casos.

Tumores Intra-Oculares:

O olho pode ser acometido por uma série de tumores ou cânceres. Estes tumores pode ter origem no olho (chamados tumores primários) ou ser uma metástase de um tumor que o paciente apresenta em outro local do corpo. O aparecimento de tumores no olho é relativamente raro, mas pode acometer desde crianças nos primeiros meses de vida até adultos e idosos.

Dos Tumores Intra-oculares em Crianças o tipo mais comum de câncer intra-ocular em crianças chama-se retinoblastoma e acomete crianças desde o nascimento até aproximadamente os 7 anos de vida. Ele é causado por uma alteração genética no cromossomo 13. Geralmente os pais percebem o tumor porque a criança apresenta reflexo branco do olho em uma foto com flash, ao contrario do reflexo vermelho esperado. Em outros casos a criança tem um olho torto em relação ao outro (estrabismo), olho vermelho ou doloroso. É uma doença rara, mas que é fatal se não tratada de maneira adequada.

Veja maiores detalhes clicando em Retinoblastoma no menu à esquerda.

Nos adultos o Melanoma de Coroide é o tipo mais comum de câncer primário intra-ocular. Sabemos que os pacientes com maior chance de terem a doença são os pacientes mais velhos e com pele branca, mas qualquer um pode ser acometido. Geralmente os pacientes percebem o tumor porque têm alteração na visão, mas algumas vezes o tumor é encontrado em um exame de rotina. O tratamento pode envolver cirurgia, radiação ou retirada do olho.

Tumores Metastáticos são decorrentes de tumores em outro local do corpo, sendo mais frequentes vindo de canceres da mama, pulmão ou próstata. O tratamento da metástase pode melhorar a sobrevida e qualidade de vida do paciente e depende do tipo de tumor primário. Nestes casos é importante o contato do oncologista ocular com o oncologista que trata do tumor primário do paciente. Como tratamento temos medicações, radioterapia e cirurgia, dependendo do tipo de metástase, seu tamanho, número e da visão do paciente.

Alta Miopia:

A miopia é um distúrbio comum da visão, conhecido como erro refrativo, no qual a imagem dos objetos no olho é focada incorretamente. As causas mais comuns da miopia são um alongamento exacerbado do globo ocular (miopia axila) ou uma curvatura acentuada da córnea (miopia de índice), o que faz com que a luz seja focalizada na frente da retina e objetos distantes pareçam borrados.

A miopia patológica (MP), também chamada de miopia degenerativa ou maligna, é um tipo raro de miopia e afeta 3% da população mundial. A MP é uma forma grave de miopia que é acompanhada por alterações degenerativas que ocorrem, particularmente, no segmento posterior do globo ocular causando danos à retina.

Geralmente, a miopia degenerativa começa na primeira infância. À medida que o globo ocular cresce, a miopia se torna mais grave, e geralmente apresenta comprometimento severo da visão já na adolescência ou no início da idade adulta. A perda da visão relacionada à miopia patológica é de grande significado clínico, além de ser progressiva, é irreversível e afeta indivíduos durante os anos mais produtivos de suas vidas.

Os principais fatores de risco para miopia patológica incluem maior comprimento do globo ocular e uma história familiar de miopia. A MP comumente é hereditária e ocorre mais frequentemente em indivíduos de ascendência chinesa, japonesa, do Oriente Médio ou judaica.

A miopia patológica está associada a diversas alterações degenerativas na parte posterior do olho que podem prejudicar ainda mais a visão. Entre as alterações estão a neovascularização coroide (crescimento anormal de vasos sanguíneos), o descolamento da retina, a catarata e o glaucoma. Portanto, além da dificuldade de enxergar objetos que estão distantes, outros sintomas como distorção de linhas retas ou pontos cegos na visão comumente estão relacionados com a miopia patológica e essas outras alterações degenerativas.

Infelizmente, a miopia patológica é uma doença que não tem cura. O objetivo do tratamento inclui a correção da miopia com uso de lentes ou óculos para melhorar a visão à distância e acompanhamento das alterações na retina. Pessoas com miopia degenerativa devem consultar o oftalmologista anualmente ou ainda mais frequentemente, dependendo da gravidade das alterações oculares. O paciente deve discutir com o oftalmologista sobre as opções de tratamento disponíveis e sobre a necessidade de cuidados de acompanhamento.

Buraco Macular:

Buraco macular é uma doença que atinge a retina, em especial a região central da mácula.

Sua principal característica é formar um buraco crescente, que ao longo do tempo diminui a visão do paciente, que percebe distorção da visual e um escotoma (mancha) no centro da visão.

A doença é mais comum na terceira idade, como também em mulheres.

O diagnóstico do buraco macular é feito através do exame do fundo de olho por um médico especialista, sendo complementado pela tomografia de coerência óptica (OCT). O tempo de evolução da doença é determinante no resultado do tratamento.

Oclusão Vascular da Retina:

A oclusão venosa da retina, conhecida também pela sigla OVR, é a obstrução ou bloqueio de uma ou várias veias que irrigam a retina levando oxigênio e nutrientes até ela. A OVR é um distúrbio vascular comum da retina e uma das causas mais comuns de perda de visão no mundo. É, na verdade, a segunda causa mais comum de cegueira por doença vascular da retina, após a retinopatia diabética.

 

A oclusão venosa da retina pode ocorrer em quase todas as idades, embora seja mais frequente em pessoas com mais de 65 anos. Sua gravidade varia, podendo não apresentar sintomas ou até se manifestar por meio de um olho bastante doloroso, com deficiência visual grave.

O sintoma mais comum de OVR é visão turva ou desfocada em um ou nos dois olhos. Comumente, a perda de visão ou desfoque é indolor e pode acontecer de repente ou piorar em algumas horas do dia. Às vezes, pode haver uma súbita e grave perda de visão acompanhada de pressão dolorosa no olho. Ao notar qualquer sintoma, o paciente deve visitar um oftalmologista imediatamente, já que a OVR pode ter progressão rápida e levar à perda da visão se não diagnosticada e tratada corretamente.

A oclusão venosa de retina é frequentemente causada pelo endurecimento das artérias (aterosclerose) e pela formação de um coágulo sanguíneo no olho. Os fatores de risco para a oclusão venosa da retina incluem: aterosclerose, diabetes, pressão arterial alta (hipertensão), problemas de coagulação sanguínea e outras condições oculares, como glaucoma, edema macular ou hemorragia vítrea.

Existem dois tipos de OVR, que variam de acordo com a veia obstruída. A oclusão de ramo da veia da retina (ORVR) ocorre quando há a obstrução de uma ou mais ramificações da veia central da retina. Já a oclusão da veia central da retina (OVCR) ocorre quando há a obstrução da veia central da retina.

O bloqueio das veias da retina causado pela OVR pode ainda levar a outras complicações oculares, incluindo:

Glaucoma: pressão alta no olho, causado pelo crescimento de novos vasos sanguíneos anormais na parte frontal do olho.
Edema macular: causado pelo vazamento de líquido dos vasos anormais na retina.
Perda parcial ou total da visão no olho afetado.
O diagnóstico da OVR só pode ser realizado após um exame completo do olho, razão pela qual é tão importante consultar um oftalmologista regularmente. Descobrir o que causa o bloqueio é o primeiro passo no tratamento após o seu diagnóstico.

O bloqueio causado pela OVR não pode ser revertido, mas existem maneiras em que ele pode ser gerenciado, usando tratamentos que podem abrandar ou barrar a progressão da perda de visão e, em alguns casos, até recuperar parte da visão perdida.

Síndrome de Tração Vitreomacular:

O humor vítreo é um material transparente, semelhante a um gel que preeche a cavidade ocular, entre a lente e a retina. O vítreo é encapsulado por uma camada fina chamada córtex vítreo e o córtex em olhos novos e saudáveis ​​é geralmente aderido à retina.

À medida que o olho envelhece, ou em certas condições patológicas, o córtex vítreo pode afastar-se da retina, levando a uma condição conhecida como descolamento do vítreo posterior (DVP). Esse deslocamento geralmente ocorre como parte do processo de envelhecimento normal.

Há casos em que um DVP está incompleto, deixando o vítreo parcialmente ligado à retina e causando forças de tração (puxando) que podem causar danos anatômicos. A condição resultante é chamada de síndrome de tração vitreomacular (VMT).

A síndrome de VMT pode levar a maculopatias ou distúrbios diferentes na área macular (no centro da retina), como buracos maculares, membranas epirretinianas e edema macular cistoide . 

Esses distúrbios são freqüentemente associados com menor nitidez da visão (acuidade visual) ou outras complicações visuais. 

O tratamento atualmente é feito através de cirurgia de Vitrectomia, em casos selecionados. 

Retinopatia Falciforme:

A doença falciforme é causada por uma mutação pequena ou pontual na molécula de hemoglobina que se encontra nos glóbulos vermelhos. A hemoglobina e os glóbulos vermelhos são importantes para transportar oxigênio em todo o organismo nos vasos sanguíneos. Devido à mutação, a hemoglobina produz polímeros nos glóbulos vermelhos, o que faz com que eles se tornem rígidos e de forma anormal. Muitas vezes os glóbulos vermelhos aparecem em forma de foice, dando a doença o nome. Essas hemácias falciformes ficam presos em vasos sanguíneos na retina e em muitos outros sistemas de órgãos, fazendo com que o tecido se torne isquêmico.

Quando os vasos sanguíneos da retina são ocluídos e a retina se torna isquêmica, os fatores angiogênicos são produzidos pela retina. Na doença falciforme, isso ocorre principalmente na retina periférica, o  que não piora a visão no início da doença. Eventualmente, toda a retina periférica do paciente com células falciformes fica ocluída e ocorrem muitas formações neovasculares, o que podem levar a complicações muito graves. 

Tratamentos estão disponíveis para pacientes que apresentam Retinopatia Falciforme, porém o estágio da doença está diretamente relacionado aos resultados visuais. É muito importante que pacientes que apresentam a doença falciforme (Anemia Falciforme), façam consultas periódicas com seu médico oftalmologista.

Tuberculose Ocular:

A tuberculose (TB) é uma infecção causada por Mycobacterium tuberculosis que pode causar doenças em muitos órgãos, incluindo os olhos. A Tuberculose ocular pode envolver qualquer parte do olho e pode ocorrer com ou sem evidência de Tuberculose em outros órgãos como os pulmões. 

Geralmente, desenvolve-se após a disseminação hematogênica a partir de um foco primário, mas, em casos raros, também pode ocorrer como uma infecção primária após lesão epitelial (superfície). 
Estabelecer o diagnóstico de Tuberculose em um foco extrapulmonar é muitas vezes um desafio clínico.

Entre os pacientes com tuberculose sistêmica, as taxas de envolvimento ocular variaram. Um estudo de 1967 de 10.524 pacientes em um sanatório de Boston, por exemplo, relatou uma taxa de envolvimento ocular de 1,4 por cento.  Em contraste, um estudo em 1997 de 100 pacientes hospitalizados com tuberculose na Espanha relatou uma taxa de envolvimento ocular de 18 por cento. Independentemente da taxa, é muito importante que pacientes diagnosticados com tuberculose e pacientes com inflamação intraocular (uveíte) que possa ser causada por tuberculose, sejam investigados e casos for confirmado o diagnóstico de tuberculose ocular, sejam tratados para evitar complicações a visão.

Trauma Ocular:

Geralmente, o trauma ocular refere-se a uma lesão nas estruturas do olho por um objeto estranho ou químico. Um trauma contuso de baixa energia (por exemplo, bater a cabeça saindo do carro) pode causar danos mínimos, enquanto um trauma de alta energia (por exemplo, um projétil) pode ter resultados mais severos. A avaliação rápida e o tratamento de danos causados podem permitir a preservação e restauração da visão.

Trauma Ocular pode resultar em uma série de condições, incluindo descolamento de retina, hemorragia vítrea, catarata, glaucoma, uveíte. Com cada uma dessas condições levando ao risco de cegueira. 

Se você sofrer um trauma, é importante suspeitar de lesões oculares e procurar imediatamente seu médico oftalmologista. 

Neuropatia Óptica em Diabéticos:

A neovascularização do disco óptico, neuropatia óptica isquêmica anterior e posterior, papilopatia diabética e síndrome de Wolfram são condições conhecidas que afetam o nervo óptico em diabéticos. 

A neuropatia óptica refere-se a danos ao nervo óptico devido a qualquer causa. O dano e a morte dessas células nervosas, ou neurônios, levam a características da neuropatia óptica. O principal sintoma é a perda de visão, com a visão de cores alterada. 

No exame médico oftalmológico, a cabeça do nervo óptico pode ser avaliada detalhadamente, onde um disco pálido é característico da neuropatia ótica de longa data, já um disco hiperemiado esta relacionado a uma doença mais aguda. Em muitos casos, apenas um olho é afetado e os pacientes podem não perceber a perda de visão até o exame médico ser relizado.

Embora as complicações oculares causados pelo diabetes a retina sejam bastante abordados, muito poucos relatos lidam com o envolvimento do nervo óptico neste transtorno metabólico complexo que é o Diabetes.

Atenção redobrada do paciente, relacionada a visão central e de cores e a consulta periódiaca ao oftalmologista são fundamentais para evitar as complicações oftalmológicas relacionadas ao diabetes. 

Implantes de Retina:

A tecnologia de implantes retina envolve o uso de microeletrônicos e eletrodos de microchip implantados cirurgicamente na parte de trás do olho (retina) para restaurar a função das células ativadas por luz danificadas encontradas lá.

Essas células fotorreceptoras respondem à luz e convergem para um sinal elétrico que é passado para células nervosas no olho e, em última análise, para o cérebro, onde é percebido como visão.

Um achado surpreendente é que em pacientes com retinite pigmentosa e degeneração macular relacionada à idade, onde os fotorreceptores foram danificados, muitas vezes as células nervosas que transmitem o sinal para o cérebro (as células ganglionares) ainda estão intactas após muitos anos. Portanto, é possível estimular diretamente essas células nervosas da retina nesses pacientes e produzir sinais que serão recebidos pelo cérebro e percebidos como visão.

Os cientistas analisaram várias formas diferentes de estimular células nervosas da retina, incluindo liberação de neurotransmissores, estimulação magnética, mecânica e elétrica. A maioria dos pesquisadores está investigando a estimulação elétrica.

Para funcionar corretamente, implantes retinais eletrônicos precisam se conectar diretamente com células nervosas da retina, que estão localizadas acima das células fotorreceptoras no olho.

Os relatórios clínicos até o momento demonstraram sucesso limitado. Ainda não está claro se a visão de baixo nível fornecida pelos implantes retinianos atuais é suficiente para equilibrar os riscos associados ao procedimento cirúrgico, especialmente para indivíduos com visão periférica intacta. Vários outros aspectos dos implantes retinianos precisam ser abordados em futuras pesquisas, incluindo a estabilidade a longo prazo dos implantes e a possibilidade de plasticidade dos neurônios da retiniano em resposta à estimulação prolongada. Os implantes de retina são hoje uma expectativa futura e uma esperança para recuperação visual em pacientes com limitação importante da visão. 

Terapias Genéticas para Doenças Hereditárias da Retina:

Os defeitos genéticos em mais de 200 genes conhecidos estão associados a distúrbios retinianos hereditários e não há tratamentos aprovados para a maioria desses distúrbios hereditários. As terapias genéticas desenvolvidas para muitas dessas condições podem em breve melhorar a visão ou retardar a progressão da doença em pacientes que, até agora, tiveram opções terapêuticas limitadas ou ausentes.

Na terapia genética, uma cópia funcional de um gene é introduzida nas próprias células do paciente para tratar um defeito genético. A proteína normal que é produzida a partir de um gene funcional tem o potencial de corrigir a causa subjacente de uma doença e induzir um efeito terapêutico duradouro, possivelmente estabilizando a progressão da doença. Vírus manipulados, ou vetores virais, são usados ​​para administrar genes nas células.

A terapia genética nunca esteve tão perto de se tornar uma realidade para os pacientes.  O desenvolvimento da terapia genética está acelerando rapidamente, e estamos correndo em direção a um futuro em que seremos capazes de melhorar ou manter a visão em mais pacientes do que nunca.

O que é a Retinosquise?

A retinosquise é uma condição em que uma área da retina, o tecido que reveste o interior da parte de trás do olho que transmite sinais visuais ao nervo óptico e ao cérebro, separou-se em duas camadas. A parte da retina que é afetada pela retinosquisia terá visão reduzida. Isso pode ocorrer em diferentes camadas da retina, e por diferentes razões.

As duas principais causas são:

1 - Retinosquisis Juvenil ligada ao X
 
A retinosquise juvenil ligada ao X é uma doença genética da retina e afeta principalmente meninos e homens jovens. Nesta forma de retinosquise, uma mutação ou gene anormal é realizado no cromossomo X. Os homens têm apenas um cromossomo X, enquanto as mulheres têm dois. Portanto, as mulheres podem suportar a condição, mas porque quase sempre têm outro cromossomo X normal, eles normalmente mantêm visão normal, mesmo como transportadoras. Os homens, por outro lado, desenvolverão uma visão subnormal se tiverem um cromossomo X afetado. Esta condição tipicamente apresenta durante a infância e estima-se que afete um em cada 5.000 a 25.000 indivíduos. Os meninos afetados geralmente são identificados na escola primária, mas ocasionalmente são identificados como crianças pequenas. Meninos e homens afetados devem ter exames oculares periódicos.

2 - Retinossquisis Degenerativa 

Este tipo de retinosquise é muito comum com uma prevalência de até 7 por cento em pessoas normais. Sua causa é desconhecida, podendo ser facilmente confundido com um descolamento da retina por um médico pouco experiente em doenças da retina e em casos difíceis, mesmo o especialista pode ter dificuldade em diferenciar os dois, necessitando de exames auxiliares. Essa diferenciação é importante, uma vez que o descolamento da retina quase sempre requer tratamento, enquanto a retinosquise não requer tratamento, já que pode levar a um descolamento da retina (e, portanto, à perda visual), muito raramente. 

Avaliação detalhada em casos de retinosquise por uma médico oftalmologista é fundamental e exames para documentação e acompanhamento podem ser necessários. 

O Que Todo Diabético Deve Saber:

A retinopatia diabética se caracteriza pelo acúmulo de açúcar nos vasos sanguíneos que irrigam a retina. Este acúmulo vai aos poucos deteriorando as células, que ficam mais permeáveis e acabam formando edemas na retina. Além disso, ocorre acúmulo de material na parede dos vasos, levando a um bloqueio da passagem de sangue até que ocorra um vazamento (hemorragia).

Tais lesões podem levar à distorção das imagens captadas pela retina, que é a parte do olho responsável pela captação da imagem e seu envio ao cérebro.

É importante, portanto, que o paciente de diabetes se conscientize de que a retinopatia é hoje a maior causa de cegueira na população adulta.

Estima-se que 90% dos pacientes de diabetes tipo 1 e 60% dos pacientes do tipo 2 devem desenvolver a retinopatia diabética ao longo da vida.

Vale lembrar ainda que não se trata de uma doença ligada à idade. A retinopatia atinge também adolescentes e adultos jovens, caso eles não controlem bem a taxa glicêmica.

Diagnóstico da Retinopatia Diabética:

O retinólogo, oftalmologista especialista em retina, é o profissional indicado para identificar o surgimento da retinopatia diabética. Por meio de fotografias que documentam o fundo do olho é possível enxergar anomalias vasculares, hemorragias, pequenos aneurismas, proliferação de novos vasos, dentro outros.
O exame OCT (tomografia de coerência ótica) avalia as estruturas do fundo do olho. Já a angiografia de retina dá informações sobre o interior do globo ocular, em especial sobre os vasos sanguíneos e nervo óptico.
É importante levar em conta o quadro do paciente diabético e seu histórico glicêmico.

Tratamento da Retinopatia Diabética:

O tratamento da retinopatia diabética depende do estágio da doença. Nas fases não proliferativas (quando não há a formação de vasos sanguíneos anormais), dificilmente uma intervenção cirúrgica é necessária. O acompanhamento periódico, porém, segue fundamental para o controle da doença.
Já a fotocoagulação a laser se fará necessária quando há lesões avançadas e a formação de vasos anormais, característicos da retinopatia proliferativa.

Causas da Retinopatia Diabética:

A doença é causada pelo excesso de açúcar nos pequenos vasos sanguíneos que irrigam a retina. Este material desgasta os vasos, causando edemas ou obstruções.
Portanto é fundamental que o paciente de diabetes mantenha a taxa glicêmica controlada e faça visitas periódicas ao retinólogo.

Distrofia de Retina:

As distrofias retinianas hereditárias são um amplo grupo de distúrbios genéticos da retina, de severidade variável e com diferentes padrões de herança e que algumas vezes podem estar associadas a outros comprometimentos sistêmicos. 

Retinose Pigmentar é a distrofia retiniana mais comum que afeta 1 em 3.000 indivíduos. Em contraste com a retinose pigmentar, em que a degeneração afeta inicialmente a retina periférica, muitas distrofias retinianas herdadas afetam principalmente a mácula. 

As distrofias maculares são caracterizadas por perda gradual de acuidade, visão de cor e sensibilidade ao contraste com início geralmente na segunda década de vida. Há uma variedade de nomes (muitas vezes sobrepostos).

O diagnóstico correto é importante, pois determina o prognóstico esperado. A terapia genética específica para várias doenças vem crescendo e é uma grande espectativa para o futuro dos pacientes com distrofias retinianas.